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As 36 recomendações do relatório Mettling sobre transformação digital e vida no trabalho

Ontem à tarde, Bruno Mettling(Orange HRD) apresentou seu relatório “Transformação digital e vida no trabalho” ao Ministro do Trabalho. Ele destaca os efeitos da tecnologia digital no trabalho. Foram identificados 6 grandes impactos: a distribuição massiva de novos instrumentos de trabalho, o impacto nos postos de trabalho e nas competências, na organização do trabalho, na gestão, novos formatos de trabalho não assalariado e os enquadramentos do ambiente de trabalho. Um documento de 69 páginas, para entender melhor os efeitos da transformação digital nas empresas. O relatório foi produzido em consulta com representantes do mundo do trabalho (sindicatos e empregadores), com personalidades qualificadas (professor de direito do trabalho,

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O impacto do digital no trabalho

A distribuição massiva de novas ferramentas de trabalho: essa é a parte visível da transformação digital, a mais visível. Esses terminais e ferramentas exigem aprendizado, aquisição de novas habilidades e regulação de uso.

O impacto nas profissões e nas competências: todas as profissões estão envolvidas. Novas habilidades são necessárias, novas profissões aparecem e outras desaparecem. É preciso evitar a desqualificação dos funcionários, estar atento à rápida evolução dos ofícios.

O ambiente de trabalho dos executivos: a transformação digital aumenta a porosidade da fronteira entre a vida profissional e pessoal, em especial para os executivos. É cada vez mais difícil medir com precisão o trabalho realizado pelos executivos.

O impacto na organização do trabalho: o trabalho remoto está explodindo e isso levanta muitas questões. A transformação digital também permite que surjam novas formas de trabalho (colaborativo, participativo, etc.). As empresas nativas digitais são mais abertas e ágeis.

O impacto na gestão: a transformação digital das empresas leva a uma transformação da gestão. Os fundamentos permanecem os mesmos, mas as habilidades dos gestores devem evoluir: gestão remota, animação comunitária… O sucesso da transformação digital das empresas repousa principalmente nos ombros dos gestores locais.

Novas formas de trabalho não assalariado: 1 em cada 10 trabalhadores digitais trabalha fora do âmbito do trabalho assalariado, e essa proporção deve aumentar (freelancers, autoempreendedores, etc.). As diferentes formas de contratos devem ser harmoniosamente articuladas e a concorrência leal deve ser estabelecida entre os diversos profissionais digitais.

O que fazer para apoiar a transformação digital?

Esses 6 impactos identificados são importantes e estão transformando o mundo do trabalho. O relatório Mettling acredita que essa transformação digital deve ser acompanhada de medidas políticas.

  • Um diagnóstico comum deve ser realizado rapidamente, a fim de definir com precisão as medidas a serem implementadas. Certas disposições devem ser tomadas em nível nacional e acordos de filiais e empresas também devem ser assinados para se adaptar a situações específicas.
  • O relatório Mettling acredita que a autorregulação não será suficiente para que a transição digital seja ótima, mas que muito conservadorismo também não é a solução.
  • O quadro legal deve ser adaptado: jornadas fixas, proteção dos trabalhadores, gestão de acidentes de trabalho para trabalhadores nômades, desoneração fiscal para empresas
  • Evite a exclusão digital: as ferramentas devem ser agrupadas para que as VSEs/SMEs não sejam marginalizadas; todos os atores econômicos devem ser mobilizados.
  • Uma política de saúde ocupacional a ser adaptada: a chegada massiva de novas tecnologias afeta o equilíbrio trabalho/vida pessoal: uma abordagem preventiva é essencial.
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As 36 recomendações do relatório Mettling

Por fim, foram feitas 36 recomendações categorizadas para que a transformação digital das empresas seja um sucesso.

Desenvolver a educação digital através da formação inicial e contínua

Mobilizar os meios de formação, lançar uma consulta aos balcões para medir as necessidades, integrar o digital entre os conhecimentos fundamentais da escola e confiar uma missão temporária de mobilização dos actores digitais a uma estrutura existente (o BPI parece adaptado).

Colocar a transformação digital no centro dos sistemas de profissionalização

Contar com o GPEC (gestão de previsão de emprego e competências) para desenvolver a requalificação e reciclagem, desenvolver a formação de reciclagem, formar as pessoas destinadas a liderar a conversão para uma cultura digital, privilegiar a gestão local no esforço de educação digital, integrar o objetivo de género paridade e sistematizar e promover a formação em inovação aberta e cooperativa no ensino superior.

Adaptar a legislação francesa para garantir o subsídio diário (para os trabalhadores em causa), criar incentivos fiscais para promover a cisão digital dos trabalhadores, desenvolver o investimento empresarial em start-ups através de regimes de incentivos, eliminar a referência a benefícios em espécie para ferramentas digitais ( particularmente smartphones e tablets), reincorporando novas formas de trabalho ao nosso sistema de proteção social, distinguindo a atividade marginal e amadora de plataformas colaborativas remuneradas de atividades afins ao trabalho informal e taxando essas atividades (pensamos em BlaBlaCar, Uber… e concorrência desleal),esclarecer as situações dos trabalhadores por conta de outrem e por conta própria e criar uma plataforma pública que permita a todos consultar os seus direitos em formato digital.

Colocar a transformação digital a serviço da qualidade de vida no trabalho

Completar o direito de desconectar com o dever de desconectar, implementar uma política para regular o uso de ferramentas digitais dentro das empresas, desenvolver políticas de RH para fortalecer o coletivo, desenvolver espaços de trabalho propícios à cultura digital, completar a medição do tempo de trabalho com a medição do carga de trabalho (quando pertinente), integrar o parâmetro numérico na medição e prevenção dos riscos laborais, completar a noção de desempenho individual com a avaliação do coletivo, divulgar as melhores práticas de organização do trabalho remoto, desenvolver terceiros junto das autarquias, clarificar responsabilização em caso de acidente envolvendo trabalhadores remotos,convidar as empresas a integrar nas suas políticas de remuneração a noção de reconhecimento dos esforços para adaptar as competências e qualificações à tecnologia digital e regular rigorosamente a utilização dos dados relativos aos colaboradores.

Alcançar um negócio de co-construção e co-inovação

Integrar as ferramentas digitais no diálogo social, promover o acesso às ferramentas digitais para os parceiros sociais e desenvolver uma lógica de coconstrução e coinovação.

Compreender e antecipar os desafios da transformação digital

Incluir eixos mais prospectivos nas prioridades do próximo plano de ação da ANR, financiar pesquisas em ciências humanas e sociais por meio de Investimentos Futuros e colocar o impacto da transformação na agenda da próxima conferência social digital na vida profissional.

O relatório completo está disponível no site do governo. Lá você encontrará, em particular, as conclusões quantificadas dos estudos que permitiram fazer essas propostas, bem como as repercussões concretas da aplicação dessas recomendações… se o governo decidir aplicá-las.

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