{"id":3709,"date":"2022-05-31T22:06:14","date_gmt":"2022-06-01T01:06:14","guid":{"rendered":"https:\/\/nearjob.com.br\/?p=3709"},"modified":"2022-05-31T22:06:17","modified_gmt":"2022-06-01T01:06:17","slug":"como-definir-a-nocao-de-etica-nas-profissoes-de-comunicacao-marketing-e-web","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/nearjob.com.br\/es\/como-definir-a-nocao-de-etica-nas-profissoes-de-comunicacao-marketing-e-web\/","title":{"rendered":"Como definir a no\u00e7\u00e3o de \u00e9tica nas profiss\u00f5es de comunica\u00e7\u00e3o, marketing e web?"},"content":{"rendered":"
Comunica\u00e7\u00e3o e \u00e9tica s\u00e3o dois assuntos intimamente relacionados. Mas como ? Para descobrir, \u00e9 melhor se interessar pela pr\u00f3pria defini\u00e7\u00e3o de \u00e9tica, seus diferentes componentes, suas diferen\u00e7as com a moral e sua aplica\u00e7\u00e3o no mundo profissional, com foco particular na comunica\u00e7\u00e3o, no marketing e na web. Julien Pierre, professor-pesquisador da Audencia Business School, nos d\u00e1 nesta entrevista muitas chaves de compreens\u00e3o para entender melhor essa no\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes h\u00e1 uma confus\u00e3o entre \u00e9tica e moral, \u00e0 qual devemos estar atentos. H\u00e1, no entanto, uma grande diferen\u00e7a. A moral implica que os costumes s\u00e3o espec\u00edficos de uma \u00e9poca (\u201coutro tempo, outros costumes\u201d, diz o prov\u00e9rbio), e que, portanto, t\u00eam a capacidade de evoluir. H\u00e1 coisas que n\u00e3o aceitamos moralmente hoje, mas que aceitamos h\u00e1 50 anos, e vice-versa. A \u00e9tica \u00e9 mais est\u00e1vel. O juramento de Hip\u00f3crates, que data do s\u00e9culo IV a.C., n\u00e3o mudou desde ent\u00e3o. A moral tenta definir o que \u00e9 bom ou o que \u00e9 ruim em um determinado momento, em um per\u00edodo hist\u00f3rico, enquanto a \u00e9tica dar\u00e1 conselhos id\u00eanticos por s\u00e9culos, o que permitir\u00e1 orientar sua a\u00e7\u00e3o de acordo com a moral do momento.<\/p>\n\n\n\n
A \u00e9tica consiste, ent\u00e3o, em diferentes fam\u00edlias. Para come\u00e7ar, os fil\u00f3sofos distinguem a \u00e9tica aplicada a um dom\u00ednio profissional da \u00e9tica normativa. A primeira inclui, por exemplo, o juramento de Hip\u00f3crates para m\u00e9dicos ou a \u00e9tica dos jornalistas. A segunda \u00e9 composta por tr\u00eas fam\u00edlias de \u00e9tica que se pode tentar equilibrar na vida cotidiana, especialmente no trabalho.<\/p>\n\n\n\n
Esses tr\u00eas componentes permitem estruturar, organizar e consolidar uma abordagem reflexiva na condu\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o profissional.<\/p>\n\n\n\n
O que \u00e9 especial no campo da comunica\u00e7\u00e3o \u00e9 que as perguntas que os profissionais se fazem s\u00e3o mais ou menos as mesmas h\u00e1 cem anos: nossa estrat\u00e9gia de comunica\u00e7\u00e3o surtiu efeito? Podemos medir esse efeito? Podemos dizer que tivemos um impacto nas pessoas? O que significa, al\u00e9m disso, ter um impacto nas pessoas?<\/p>\n\n\n\n
Profissionais de comunica\u00e7\u00e3o manipulam alavancas de influ\u00eancia. Eles podem afetar as pessoas, n\u00e3o \u00e9 trivial ter \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o um arsenal de ferramentas que permitem influenciar os comportamentos, conhecimentos, emo\u00e7\u00f5es, opini\u00f5es, experi\u00eancias que as pessoas v\u00e3o viver . Para citar Peter Parker, \u201ccom grandes poderes v\u00eam grandes responsabilidades\u201d. Os comunicadores t\u00eam, portanto, a obriga\u00e7\u00e3o de ter uma reflex\u00e3o \u00e9tica quando conduzem suas a\u00e7\u00f5es. Um cartaz pode chocar as pessoas. Ele ou ela pode se permitir fazer essa campanha publicit\u00e1ria? A implanta\u00e7\u00e3o de um sistema dentro de uma organiza\u00e7\u00e3o pode modificar as rela\u00e7\u00f5es de poder ao tornar certas pessoas vis\u00edveis em detrimento de outras. Ele ou ela pode se dar ao luxo de fazer isso? \u00c9 o dever dele? Ele ou ela pode pensar sobre as consequ\u00eancias de sua a\u00e7\u00e3o? A implanta\u00e7\u00e3o dessa estrat\u00e9gia de comunica\u00e7\u00e3o o tornar\u00e1 uma pessoa realizada? Encontramos as tr\u00eas quest\u00f5es da \u00e9tica normativa nessas reflex\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
Do lado digital, podemos ver isso claramente com a onda do que se chama de transforma\u00e7\u00e3o digital das organiza\u00e7\u00f5es, que inclui tamb\u00e9m uma l\u00f3gica de efeito, de influ\u00eancia. Vamos transformar a organiza\u00e7\u00e3o, a sociedade, as rela\u00e7\u00f5es sociais, etc. Ent\u00e3o a\u00ed tamb\u00e9m, n\u00e3o podemos nos permitir, n\u00e3o devemos nos permitir em nenhum caso, pilotar uma transforma\u00e7\u00e3o digital em uma organiza\u00e7\u00e3o, pequena ou grande, sem antes ter um questionamento \u00e9tico de quais estruturas, que orienta a a\u00e7\u00e3o e a estrat\u00e9gia.<\/p>\n\n\n\n Todo mundo faz \u00e9tica sem saber. Todo profissional j\u00e1 se fez, uma vez ou outra, perguntas como: eu assino esse contrato? Eu contrato essa pessoa? Estou mudando meus pre\u00e7os, minha estrat\u00e9gia? Estou liberando este produto? Isso est\u00e1 de acordo com a no\u00e7\u00e3o de \u00e9tica das consequ\u00eancias. E h\u00e1, claro, a deontologia que est\u00e1 presente.<\/p>\n\n\n\n Para dar um exemplo concreto nas profiss\u00f5es digitais, podemos olhar para o caso de um desenvolvedor web. Uma vez que o software que ele estava codificando estiver pronto, ele o entregar\u00e1 chave na m\u00e3o para seu cliente, para seus usu\u00e1rios que poder\u00e3o us\u00e1-lo. A primeira consequ\u00eancia \u00e9 ter algo que funcione. Ent\u00e3o, pode haver outras quest\u00f5es \u00e9ticas em termos de consequ\u00eancias. Se o software em que estava trabalhando envolve reconhecimento facial, ele pode n\u00e3o querer que seu hor\u00e1rio de trabalho seja usado para arquivar pessoas em ditaduras do outro lado do mundo. O outro aspecto, do lado da \u00e9tica, \u00e9 diferente. Trata-se, por exemplo, da forma de encarar um trabalho bem feito, como a documenta\u00e7\u00e3o colocada nos arquivos de origem que ajudar\u00e3o futuros desenvolvedores a entender o que foi feito antes. Ele pode considerar seu dever documentar o c\u00f3digo adequadamente e aplicar todas as conven\u00e7\u00f5es existentes para que outra pessoa possa l\u00ea-lo, recuper\u00e1-lo e reutiliz\u00e1-lo.<\/p>\n\n\n\n A \u00e9tica \u00e9 uma passagem para a pr\u00e1tica, e \u00e9 ainda mais necess\u00e1ria no trabalho. Como praticar seu trabalho? Que quadro dar-lhe? Que regras se aplicam, sejam coletivas ou individuais? Isso muitas vezes vem de algo invis\u00edvel, que foi formado dia a dia por um conjunto de escolhas que resultaram em uma lista de princ\u00edpios t\u00e1citos. \u00c9, portanto, dif\u00edcil destacar seu funcionamento \u00e9tico em uma aplica\u00e7\u00e3o, porque seus contornos ser\u00e3o vagos e \u00e9 dif\u00edcil mostrar prova ou certifica\u00e7\u00e3o dessa abordagem. Ainda est\u00e1 em sua inf\u00e2ncia, mesmo que apare\u00e7a cada vez mais.<\/p>\n\n\n\n A \u00e9tica est\u00e1 no meio, entre algo que definir\u00e1 sua pr\u00f3pria a\u00e7\u00e3o e algo que necessariamente ser\u00e1 feito em rela\u00e7\u00e3o aos outros. A a\u00e7\u00e3o individual \u00e9 sempre projetada em rela\u00e7\u00e3o a outra pessoa. A partir do momento em que estamos em uma abordagem \u00e9tica, estamos necessariamente em uma abordagem voltada para um interlocutor, um receptor, algu\u00e9m com quem vamos interagir. E para o recrutador, essa ser\u00e1 a demonstra\u00e7\u00e3o de que, como profissional, voc\u00ea tem essa capacidade de pensar suas a\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o ao ambiente em que se encontra, em rela\u00e7\u00e3o aos funcion\u00e1rios, \u00e0 hierarquia, clientes, prestadores de servi\u00e7os, fornecedores , etc<\/p>\n\n\n\n A particularidade da \u00e9tica aplicada \u00e9 que ela foi definida coletivamente. Vemos isso em particular com ordens profissionais, como m\u00e9dicos, advogados ou not\u00e1rios. Eles verificar\u00e3o se seus membros conduzem bem suas a\u00e7\u00f5es. Este \u00e9 um debate que est\u00e1 ocorrendo atualmente com os jornalistas. Eles t\u00eam que se dar uma ordem ou \u00e9 apenas sua \u00e9tica jornal\u00edstica individual que prevalece e para a qual n\u00e3o haveria necessidade de uma organiza\u00e7\u00e3o coletiva que viesse verificar, sancionar, acompanhar, treinar, jornalistas em uma \u00e9tica aplicada de sua profiss\u00e3o , enquanto existe em outras profiss\u00f5es?<\/p>\n\n\n\n A \u00e9tica aplicada ser\u00e1 encontrada em um conjunto de normas sociais em diferentes corpora\u00e7\u00f5es (desenvolvedores, designers, profissionais de marketing etc.). Diretrizes comuns ser\u00e3o postas em pr\u00e1tica para definir as melhores pr\u00e1ticas. Eles \u00e0s vezes s\u00e3o escritos em white papers ou manuais escolares, podem ser encontrados em cursos de treinamento… E o recrutador conhece logicamente as conven\u00e7\u00f5es que est\u00e3o em funcionamento dentro de sua organiza\u00e7\u00e3o e procurar\u00e1 a correspond\u00eancia. Como o candidato se encaixar\u00e1 nas pr\u00e1ticas profissionais daqueles que j\u00e1 est\u00e3o na organiza\u00e7\u00e3o?<\/p>\n\n\n\n O indiv\u00edduo que se comporta de uma forma que n\u00e3o est\u00e1 de acordo com a \u00e9tica dos outros ser\u00e1 socialmente sancionado com, na pior das hip\u00f3teses, uma demiss\u00e3o, ou pelo menos uma m\u00e1 reputa\u00e7\u00e3o. Ele ser\u00e1 aquele que faz seu trabalho mal ou n\u00e3o respeita seus colegas. Os fios condutores de cada um podem encontrar-se em resson\u00e2ncia ou em disson\u00e2ncia com os princ\u00edpios dos demais. Na minha opini\u00e3o, o choque \u00e9 menos importante do que com a moralidade. Pode-se eticamente fazer o seu trabalho limitando-se a respeitar o c\u00f3digo de \u00e9tica, ou interessando-se apenas pelo conhecimento, ou pelas virtudes que dele podem derivar. Como todos podem ter princ\u00edpios diferentes, \u00e9ticas que, em \u00faltima an\u00e1lise, s\u00e3o muito diferentes entre si, o choque \u00e9 menos frontal do que nas quest\u00f5es morais que se colocam socialmente. Portanto, \u00e9 muito mais dif\u00edcil sancionar um comportamento que n\u00e3o seja \u00e9tico, porque \u00e9 algo invis\u00edvel. Estes s\u00e3o princ\u00edpios mentalmente definidos que ir\u00e3o conduzir uma a\u00e7\u00e3o. O que as pessoas ver\u00e3o \u00e9 a a\u00e7\u00e3o, n\u00e3o necessariamente os guias por tr\u00e1s dessa a\u00e7\u00e3o. Estamos mais interessados \u200b\u200bno resultado do que na maneira de faz\u00ea-lo.<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Comunica\u00e7\u00e3o e \u00e9tica s\u00e3o dois assuntos intimamente relacionados. Mas como ? 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Mas o que acontece quando isso n\u00e3o acontece? \u00c9 um fator de empregabilidade?<\/h2>\n\n\n\n
Como verificar a correcta aplica\u00e7\u00e3o da \u00e9tica, nomeadamente ao n\u00edvel do recrutamento?<\/h2>\n\n\n\n
O que acontece quando os princ\u00edpios \u00e9ticos do funcion\u00e1rio ou do profissional v\u00e3o contra os de sua empresa?<\/h2>\n\n\n\n